Monday, June 22, 2009

22/06 - SEPAH declara estar pronta para "LIMPAR" o Iran

22/06/2009 - 10h14
Guarda Revolucionária ameaça manifestantes e diz estar pronta para "limpar" o Irã
da Folha Online
A Guarda Revolucionária, corpo de segurança de elite do Irã, afirmou nesta segunda-feira que dará uma "resposta revolucionária e decisiva" aos manifestantes que "causarem distúrbios e enfrentarem as forças de segurança" nos protestos da oposição contra fraude na eleição que reelegeu o presidente Mahmoud Ahmadinejad.
"As Guarda Revolucionária, os basijis [milícia islâmica vinculada à Guarda] e as outras forças de ordem e segurança estão dispostas a executar uma ação decisiva e revolucionária para (...) dar fim ao complô e aos distúrbios (...) e limpar o país destes conspiradores e hooligans", afirma um comunicado citado pelas agências de notícias Mehr e Irna.
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Esta é a primeira vez que a Guarda Revolucionária, considerada o exército ideológico do regime iraniano, faz uma advertência de tom tão radical desde o início das manifestações após a controversa reeleição de Ahmadinejad em 12 de junho passado.
A Guarda Revolucionária está sob o controle direto do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que fez discurso na sexta-feira passada (19) no qual rejeitou denúncias de fraude, defendeu a reeleição de Ahmadinejad e deu um ultimato para que os manifestantes saiam das ruas.
O corpo foi criado inicialmente para defender os líderes da Revolução Islâmica de 1979, mas, com o passar dos anos, ampliou sua ação para a defesa dos interesses nacionais. Atualmente, a Guarda conta com mais de 200 mil membros.
Já o Basij é um grupo voluntário paramilitar que está sob ordens da Guarda. O grupo foi o principal acusado pela oposição de usar violência para conter os protestos, incluindo a morte a tiros da jovem iraniana Neda --que se transformou em ícone dos protestos.
Vídeo mostra jovem iraniana morta durante protesto da oposição
O governo iraniano confirma dez mortes no protesto de sábado passado, além de outras sete na segunda-feira passada (15).
Segundo a televisão estatal iraniana Press TV, ao menos 13 pessoas morreram somente no fim de semana. Alguns relatórios não confirmados pelo governo estimam as vítimas em até 150.
Prisões
A polícia iraniana afirma que 457 pessoas foram presas nos confrontos de sábado passado na capital Teerã, que deixou ainda cerca de cem feridos.
As detenções aconteceram durante os confrontos entre manifestantes e forças de segurança, polícia e a milícia paramilitar Basij, nas proximidades da praça Azadi da capital do país.
De acordo com a agência semioficial Fars, ligada ao governo, os enfrentamentos de sábado deixaram ainda 40 policiais feridos e 34 prédios governamentais danificados.
Faezeh Hashemi, filha do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, e outros quatro membros de sua família que haviam sido detidos no sábado pela polícia "para a própria segurança", segundo as autoridades, foram liberados.
O candidato derrotado na eleição presidencial e líder da oposição, Mir Hossein Mousavi, manteve a convocação por protestos, mas pediu prudência dos manifestantes.
"Nos protestos, continuem evitando a violência. Eu, como uma das pessoas de luto pelas mortes nas manifestações de sábado, convido meu querido povo à prudência. A nação pertence a vocês", escreveu Mousavi em um texto publicado pelo site de seu jornal, "Kalemeh".
"Protestar contra a mentira e a fraude é direito de vocês. Esperamos obter este direito e não permitam aos que querem nos deixar furiosos que consigam isso", completou.

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